Robôs e humanos #FuturoDelTrabajoM4
Devemos aproveitar a tecnologia e a automação como alavancas para potencializar o talento humano
Embora alguns anos atrás parecesse ficção científica que os robôs dividiram postos de trabalho com humanos, hoje em dia é uma realidade. Os robôs ou sistemas de inteligência artificial permitem a automação de numerosas atividades de caráter rotineiro, aumentando e ampliando o trabalho realizado por humanos (um conjunto mais complexo de habilidades técnicas e humanas).
Perante este cenário, o mais relevante para desenvolver a inteligência artificial é a inteligência humana.
Desafios e soluções:
- Aproveitar a tecnologia e automação para potencializar o talento humano:
– Buscando a complementaridade entre humanos e robôs, fazendo com que os primeiros se centrem em tarefas com um valor agregado. A IA contribui com a quantidade e os humanos com a qualidade, o que torna a IA uma grande aliada.
– Humanizando a tecnologia. O melhor complemento para as máquinas é uma pessoa com alto grau de Kokoro* (união de mente, espírito e coração).
– Fomentando habilidades como a criatividade, a resolução de problemas, a empatia, a capacidade de adaptação e o pensamento divergente ou crítico.
– Através de uma capacitação digital da tecnologia. Destaca a importância das competências STEAM para conseguir perfis human-tech e minimizar o analfabetismo digital e as desigualdades.
- Aquisição e desenvolvimento de novas habilidades para abordar o impacto das tecnologias, destacando o raciocínio humano (somado a uma mudança na avaliação das habilidades):
– Educando e investindo em aprendizagem. Apostando na gestão da mudança e reconversão, reinventando o capital humano das organizações com uma cultura de aprendizagem contínua (compromisso de re-skilling).
– Transformando os trabalhos para dispor de mais tempo livre (contribuições para a sociedade e/ou para a organização).
- Tomada de decisões conjuntas entre robôs e humanos:
– Misturando a tecnologia e raciocínio humano. Diferentes tipos de inteligência artificial, como a inteligência cognitiva ou a aprendizagem automática (machine learning) podem colaborar com o talento interno da organização para automatizar o processamento de dados e a tomada de decisões com informação muito mais completa que até agora.
– Dando às máquinas a capacidade de interpretar aspectos subjetivos da pessoa, além de evitar transferir o viés com base em escolhas anteriores.
- Os aspectos legais e éticos serão fundamentais neste novo cenário incerto em que a tecnologia conviverá com os humanos:
– Definindo o marco legal e as regras de jogo neste novo modelo por parte das instituições e governos. É necessária uma Política 4.0 que acompanhe esta revolução.
– Potencializando os investimentos em I+D, a inovação e o empreendimento.
Dados de interesse:
→ Atualmente 29% das tarefas no trabalho são realizadas por uma máquina.
World Economic Forum, (2018). The Future of Jobs Report 2018.
→ Em 30 anos a metade dos empregos que conhecemos na atualidade será realizada por robôs.
→ A robótica gerará 58 milhões de empregos em 2022.
World Economic Forum, (2018). The Future of Jobs Report 2018.
Testemunhos:
“Robôs e humanos são dois mundos que vão conviver de maneira eficaz se se submeterem a um leque ético”
Damià García i Priu – Chief Growth Officer de Restb.ai
“A sociedade não está pronta para oferecer uma alternativa às pessoas que perderem o trabalho por causa destas mudanças”
Gabriela Salcedoa – Chefe de Capacitação, Comunicação e Desenvolvimento Organizacional de IIdea Business Center
“Uma introdução de robôs muito polarizada gera bolsas de precariado bastante notáveis e, portanto, conflito social”
Jordi Ficapal – Diretor Pedagógico e de Inovação da Universidade Ramon Llull
Este artigo faz parte do relatório Talento 4.0 #ElFuturoDelTrabajo, elaborado pela Mornings4 e Nae.
*Consulte o significado do termo no glossário técnico